Não acredito muito nas tretas espirituais que toda a gente nos tenta impingir mas não consigo evito pensar se tudo acontece por um motivo.
Há um ano perdi a minha melhor amiga, num dia estávamos a passear e a rir como sempre fazíamos depois das aulas, no dia seguinte era-lhe diagnosticado um tumor cerebral e apenas três semanas dei por mim no pior dia da minha vida, a despedir-me ao ver o caixão dela descer para a terra.
A pior dor que alguma vez senti foi saber que nunca mais a ia ver, e nunca mais poderia abraça-la.
Tentem apenas imaginar o que é uma das pessoas mais importantes da vossa vida desaparecer. E, de repente no lugar dela encontram o vazio.
Passar por algo tão duro como isto tornou-me mais apreensiva, mais fechada e de certa forma, uma pessoa mais amarga. Tinha medo que se me apega-se tanto a outra pessoa, também essa me seria roubada. Não aguentava mais lágrimas e mais dor.
Mas se eu continuasse a afastar os meus amigos, os meus pais, o meu namorado apercebi-me que ia perder mais que uma pessoa, exatamente o que estava a tentar evitar.
Se algo a Xavinhas me ensinou é que devemos quem somos aos que nos rodeiam e as experiencias por que passamos na vida moldam-nos.
A ela devo a minha forma de ver tudo à minha volta, a minha força e dela que me lembro quando algo me corre mal.
Obrigada amiga, por estares presente não em corpo, nem em espirito, mas em mim. Manterei-te sempre viva. És a minha estrela que de certa forma toma conta de mim.
a tua Nikita que tanto precisa das tuas gargalhadas...
